Evidências de dezenas de processos de transformação que conduzimos e de muitos outros, relatados na literatura, dizem que tentativas de transformação que se iniciam no núcleo duro das organizações –no modelo de negócios ou nos centros de poder- têm mais dificuldade de produzir resultados significativos do que iniciativas que se dão pelas bordas. Mas não é o caso que qualquer oportunidade que está na periferia dos negócios oferece as melhores, e de maior potencial de sucesso, oportunidades de transformação nas organizações.

Há uma classe de oportunidades periféricas que facilita, e normalmente muito, quase todo tipo de processo de transformação estratégica, e é disso que vamos tratar aqui

a metáfora espacial

a localização da oportunidade

O primeiro desafio de um processo de transformação [digital] estratégica é a descoberta, identificação, a localização das oportunidades.

Claro que há oportunidades para iniciar uma transformação a partir do núcleo duro da organização, mas essa é uma aventura muito difícil, arriscada e pode implodir o negócio. Por isso, é muito raro se iniciar uma transformação a partir do núcleo do negócio.

A camada intermediária [a dos gerentes] funciona o tempo todo sob pressão de dentro e de fora. Aqui também não é o espaço para buscar oportunidades sob o risco de travar a organização.

A camada da superfície [a dos colaboradores de linha] é frágil e pode se descolar da organização a qualquer momento; nessa camada, as oportunidades têm pouca influência na organização.

Mas há oportunidades que orbitam a organização em uma espécie de atmosfera e que, se tratadas digital e estrategicamente, com método, têm grande potencial para disparar experiências de inovação e serem, no tempo, incorporadas pela organização.

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a metáfora temporal

o momento da oportunidade

Do ponto de vista do tempo, nem toda oportunidade está no tempo certo para ser o ponto de partida para uma transformação [digital] estratégica. Para olhar essa janela temporal propomos considerar as relações entre tempos verbais simples [passado, presente e futuro] e a relevância das oportunidades para o negócio.

Oportunidades periféricas [no passado] e críticas [no presente] precisam ser tratadas com uma carga de urgência que as invalidam como elemento de transformação cultural do negócio e, portanto, devem ser tratadas em um ritmo adequado ao tamanho do impacto que provocam no negócio.

Por outro lado, oportunidades periféricas [no futuro] e críticas [no presente] devem ser monitoradas, cuidadas para garantir a sobrevivência do negócio em tempos de transição. Tampouco são adequadas para serem adotadas como elementos centrais de uma transformação digital estratégica, pois tendem a perder relevância no tempo.

O foco para a transformação [digital] estratégica deve estar nas oportunidades periféricas [no presente] e críticas [no futuro]. São essas que tem um grande potencial de dar início a uma verdadeira transformação [digital] estratégica nas organizações. Seus desafios podem ser tratados de maneira incremental e iterativa, experiencial o suficiente para aceitar o ritmo necessário para uma verdadeira transformação.

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a metáfora operacional

o mapeamento da oportunidade

Oportunidades periféricas críticas orbitam a grande maioria dos negócios. Encontrá-las, no entanto, não é uma tarefa trivial. Muitos dos esforços nesse sentido são intuitivos e dependem fortemente da habilidade de determinadas pessoas.

Mas há um conjunto de métodos e ferramentas que podem ajudar nessa busca, ordenando e articulando pequenos passos que levam, de uma maneira estruturada, organizações a percursos mais transparentes na jornada.