O design é antes de tudo, um pensamento transformador. A base do design como pensamento estratégico está no entendimento de que uma estratégia é um processo de transformação baseado em tomadas contínuas de decisão validadas na sua execução.

O design, como tratado aqui, é uma maneira própria de provocar pessoas a criarem hipóteses e realizarem escolhas estratégicas.

o pensamento original

inovação e artesanato

Durante boa parte da história da humanidade, toda a produção de bens de consumo esteve vinculada ao artesão. Era ele o responsável por criar e produzir produtos para os mais diversos fins.

Mas, além de criar e produzir, era, quase sempre, o artesão, usuário daquilo que produzia. essa experiência de uso é a base para a evolução dos bens de consumo. O artesão, ao fazer uso do que cria e produz, sente as dores de usuário e ajusta os produtos na medida em que experiencia suas dificuldades e potencialidades.

É também, na grande maioria dos casos, o próprio artesão quem negocia aquilo que é produzido. Nesse momento, não apenas trata de preços e prazos de entrega, mas especialmente, ouve os consumidores, avalia suas críticas e sugestões de melhoria.

O artesão é, portanto, responsável direto por todo o ciclo de vida e [claro] de inovação dos bens de consumo. Aqui, o design como pensamento, inovador, transformador, é embrionário, um reflexo intuitivo da atividade do artesão em sua completude.

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o pensamento fragmentado

inovação e manufatura

O aumento da demanda por bens de consumo manufaturados traz para o contexto do design como pensamento um conjunto de variáveis relevantes, dentre os quais destacamos a necessidade de fragmentar o artesão em grupos de especialistas.

Essa fragmentação do artesão, em pelo menos quatro grupos de pessoas, separa quem cria de quem usa, daqueles que produzem e dos que negociam, trazendo tanto fatores positivos quanto negativos para o ciclo de vida dos produtos.

Olhando para os aspectos positivos, é importante ressaltar o amadurecimento de cada um desses segmentos, principalmente a evolução de métodos e ferramentas para criar, negociar, produzir e analisar experiências de uso.

No entanto, apesar dessa evolução, a divisão do trabalho do artesão vem atrelada à necessidade de elementos de comunicação entre os segmentos isolados. Aqui reside ainda uma grande lacuna para a consolidação de um pensamento fluido de design. A distância imposta entre, por exemplo, aquele que cria e aquele que produz e aquele que usa implica, quase sempre, em um desequilíbrio entre aquilo que é desejável por quem usa e aquilo que é factível para quem produz. Ou ainda, aquilo que é viável para quem negocia.

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o pensamento interventor

inovação e indústria

Na segunda metade do século XX, depois das grandes guerras terem acelerado o amadurecimento da indústria, como um grande catalisador de futuro, a demanda por processos mais consistentes de criação de novos produtos leva ao desenho ao lado, onde as pessoas que criam assumem o papel de interventor entre aqueles que produzem, aqueles que negociam e os que usam.