A música sempre foi uma constante na vida da jovem, permeando tudo que conhecia. Estava em seu próprio nome - Rhiannon, como a canção da banda favorita dos pais, Fleetwood Mac.

Filha de músicos falidos e completamente apaixonados pelo que faziam, assim como um pelo outro, a menina cresceu em meio aos backstages, estúdios, shows, programas de rádio. Sempre na estrada. Viajou pela Irlanda, onde nasceu, e algumas cidades na Inglaterra com os pais e a banda de folk rock deles, que imitava os anos 60 no começo dos anos 2000.

Rhia não podia mentir e dizer que não se acostumou a todo aquele caos. Se não, não teria se apaixonado tanto quanto pela música. Mais especificamente, por levá-la aos outros.

Não que a menina não fizesse música, também; sabia tocar diversos instrumentos, tendo um carinho especial pela guitarra, e possuía uma voz deliciosa de se ouvir. Não se opunha a seguir carreira naquilo que bem conhecia, mas sabia em primeira mão que não era fácil assim viver da própria música. Portanto, preferia a rádio, a entendendo como o suprassumo do que a música representava para ela: a união, as memórias, a companhia.

Talvez devido a isso, é saudosista, até mesmo de épocas em que não viveu. Gosta de colecionar discos, CDs, sendo uma grande apreciadora de toda mídia física acima de tudo. Entre seus sonhos, a volta de lojas de música como eram antigamente segue em meio ao topo da lista.

A rebeldia da mãe havia afastado a garota de grande parte de sua família na Coréia, mas não de sua tia. No último ano do ensino médio, Rhia passou um tempo morando com ela em Seul, já que os pais estavam passando por um péssimo momento financeiramente.

Desde então, Rhia não saiu mais do país, mesmo quando a tia mudou-se para outra cidade e ela teve que se virar sozinha. Acabou acostumando-se por ali e se integrando à cultura de música underground da capital.

Atualmente, trabalha em uma loja de música. Tem seus planos para o futuro e, devido a eles, a necessidade de economizar dinheiro fez com que recorresse a dividir um apartamento no condomínio. Traz ao local sua coleção de CDs e discos de vinil, além de uma personalidade tipicamente irlandesa: amigável, sem papas na língua e dona de uma boca suja. Também não nega uma boa cerveja.

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Escrito em Junho/2024.

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