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TW: Bifobia, pressão parental, menção à acidente vascular cerebral (AVC).

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Min‑jun nasceu no bairro coreano de Chicago, filho de imigrantes que haviam se mudado dois anos antes graças a uma proposta de trabalho para seu pai —engenheiro de software numa multinacional. Em casa fala‑se apenas coreano e, aos fins de semana, ele frequenta a igreja e a escola de língua coreana; na rua, absorve o inglês fluente, o hip‑hop que sai dos carros e as bandas indie da cena local.

Ainda criança, descobre a música ao tocar percussão na igreja e, depois, piano emprestado de um vizinho. Seus pais, porém, veem a arte só como passatempo: o futuro “seguro” para eles é medicina, direito ou engenharia.

Aos 13 anos percebe que se sente atraído por meninos da mesma forma que por meninas, mas entende rápido que isso seria motivo de conflito em casa, os discursos repetidos em casa sobre pecadores e ir para o inferno não passavam despercebidos pelo garoto; principalmente quando alguma notícia relacionada a pessoas que gostam do mesmo gênero passavam na TV da sala. Desde então mantém isso em segredo e diários cheios de letras de música e nomes de crushes riscados.

Com 16 anos arranjou seu primeiro emprego —barback num pequeno speakeasy no West Loop— para juntar dinheiro para a faculdade de música. Ali se apaixonou por flair bartending: garrafas girando, copos tilintando, o aplauso fácil da clientela. Paralelamente aprendeu a usar o Ableton Live num laptop velho, sampleando batidas de rua e fitas K‑pop que a mãe ouvia.

Contra a vontade dos pais, matriculou‑se no curso técnico de Music Production & Sound Engineering do Harold Washington College, complementando-o com certificados on‑line da Icon Collective. Paga as mensalidades com gorjetas cada vez mais gordas —conquistadas pelo carisma atrás do balcão.

Entre aulas e noites de trabalho, ele toca em festas universitárias, grava mixtapes e, em 2018, lança o EP independente “Afterimage”. A recepção modesta em blogs de Bandcamp reforça o sonho de viver de música.

A relação familiar continua tensa, os pais ignoram suas vitórias na cena eletrônica e pressionam por um "emprego de verdade". O impasse se agrava quando, em 2022, a avó materna sofre um AVC. A família decide voltar para Seul; Min‑jun, já com 27 anos, acompanha‑os por dever e carinho, mas jura manter a independência.

Na Coreia confronta um país moderno, mas conservador no que diz respeito a sexualidade. Ainda não se assumiu para os pais; vive uma dualidade constante entre tradição e identidade pessoal.

Aos 28 consegue a vaga de bartender no Bar Nebula —um lounge famoso pelos coquetéis autorais. Seu flair, agora refinado, atrai clientes que filmam e viralizam seus truques.

Aos 29, um promoter frequente do Nebula descobre seus sets on‑line e o chama para um teste no Club Erostic. Milo garante a residência de quinta à sábado graças a um mix sensual de house, synthwave e bass emotivo.

Aos 30, com o desconto de funcionário, aluga um apartamento no bloco Tártaros do Acropolis Complex após a saúde da avó estabilizar; ele sai da casa dos pais —primeira vez morando sozinho. Decora o loft para deixá-lo mais a sua cara e, pouco tempo depois resgata um gatinho preto das ruas.

Atualmente já não trabalha mais como bartender, sua saúde tendo sido prejudicada pela rotina puxada após um evento realizado pelo Club Erostic, no qual acabou exigindo demais de si mesmo fisicamente. Demitiu-se do trabalho de bartender e pediu férias da boate, foi quando, pouco tempo depois, um convite para o programa de residência da JIA chegou até si.