Registro dos aprendizados de aplicação do método desde 2010

Última atualização: julho de 2021

Potencial para aprendizado e educação

Assim como diversos pensamentos atuais voltados para criatividade e inovação, a proposta da CARBONO tem muita afinidade com práticas educacionais e foi sondada para alguns empresas com modelos voltados para o aprendizado via projetos e que são baseados em autonomia e experimentação.

Existe um grande potencial em termos de engajamento, aprendizado real via experimentação e troca entre pares aliados a criação de algo que pode impactar a sociedade. Não se trata apenas de "aprender fazendo", mas de "aprender criando" que é o entender-inspirar-fazer-refletir, exatamente os quatro campos criativos da processo CARBONO.

Há também a noção contemporânea de que não há aprendizado certo, há o aprendizado de cada um. Isso se reflete no fato de que cada jornada percorrida – mesmo que o tema seja o mesmo – é única pela própria composição das iniciativas (pessoas, conhecimentos, momentos de vida). Isso proporciona uma oportunidade de mais aprendizado, quando, por exemplo, grupos com um mesmo tema podem compartilhar suas diferentes visões – e assim aumenta-se impacto, engajamento, autonomia e senso de pertencimento.

Empreendedorismo na sua essência

Estamos acostumados a associar empreendedorismo, naturalmente, a abertura de um negócio. Apesar de fazer muito sentido, a CARBONO entende empreendedorismo de uma forma mais essencial: a ação de criar uma iniciativa que gere impacto na sociedade. Assim, entendemos que não só aqueles que "têm talento" ou "veia" para empreendedorismo podem experimentar esse impacto, mas todas aquelas pessoas dispostas a empreender energia para impactar a sociedade. Dessa forma, empreender não é só gerar negócios – empreendimento fortemente ligado a retorno financeiro e lucro – mas gerar impacto social, o que pode muito bem incluir negócios.

É claro que grandes negócios podem surgir dessa lógica. E isso é ótimo. Por outro lado, essa visão empreendedora "voltada para as pessoas" de certa forma as liberta de uma necessidade de criar um grande e lucrativo negócio e aposta, ao contrário, no impacto de milhares de pequenas e médias iniciativas e no que isso pode proporcionar para cada um e para a sociedade.

Mas e a famosa produtividade?

A explosão do design e do interesse por abordagens como o design thinking nada mais são que a redescoberta pelas empresas e profissionais da criatividade aplicada. Design Thinking, na verdade é thinking. É incorporar a liberdade de experimentar, há muito perdida entre os organogramas da teoria da administração. Para o bem ou para o mal, administra-se com ferramentas de controle, e onde se tem controle pode se definir entregáveis e taxas de sucesso em cima do projetado.

No campo da noosfera (mundo das ideias), passado, presente e futuro se sobrepõem. A produtividade está onde o passado encontra o presente: na aplicação sistemática de regras que já deram certo. No presente, colocamos em prática e à prova todos modos de fazer e disso emergem situações, problemáticas que passam a fazer parte do contexto. A criatividade, por outro lado está na intersecção entre presente e futuro, onde acontecem coisas que chamamos de inovações. Ela é a experimentação com regras que ainda não deram certo. A coletividade pode atuar nas duas, mas ainda estamos profundamente ligados aos métodos produtivos – basta ver o dilema educacional que enfrentamos hoje, quando alunos são serializados e banalizados para um market fit, como produtos que realmente são.

Não há empoderamento sem autonomia. Não existem ferramentas boas, existem ferramentas certas. Ao voltar-se para a diversidade, a transparência e a abertura, a CARBONO supõe que o coletivo fará o melhor uso do processo, inserindo nele as ferramentas criativas de cada um, já que o processo criativo é individual, pessoal e único.

Em um outro momento, as ferramentas criativas de cada um poderão ser conectadas à plataforma para gerar inserções de dados e atualizações. Assim a rede se torna uma plataforma no sentido literal: uma plataforma de onde são lançadas iniciativas e também uma plataforma onde se acoplam APIs e várias das milhares de ferramentas que já existem na internet.

A proposta passa por como transformar as forças competitivas, ensinadas até hoje em escolas de administração, em forças colaborativas.

Como se tornar uma plataforma? Como se tornar digital?

Para isso, há algumas esferas que são sempre tratadas em macro, como a de valor social, comunicação, econômica e tempo, e micro, como interações, ideias e iniciativas.

Em uma iniciativa criativa e colaborativa, qualquer pessoa pode ser um iniciador e também um participante. A colaboração é ilimitada: uma vez dentro da rede a colaboração em outros projetos é livre e a pessoa pode pedir para participar das iniciativas que gostar. Isso significa que o processo é um ciclo criativo onde qualquer um pode ser convidado a participar ou pode pedir para participar de qualquer projeto público (existe a possibilidade de projetos fechados). Dentro da rede criativa, as configurações mais naturais vão se formar: um iniciador, um grupo mais assíduo e participantes ocasionais ou até pontuais.

Como funciona? Um dos diferenciais da CARBONO é o processo criativo genuíno, simples e abrangente. Quando criamos algo, primeiro entendemos o que é, depois nos inspiramos com ideias, concebemos ou materializamos essa visão e aprendemos com o processo. O iniciador cadastra uma iniciativa e coloca os dados principais do ENTENDIMENTO, para que todos saibam do que se trata. A partir daí, os participantes convidados e aceitos podem navegar pelo projeto e contribuir. Cada iniciativa da CARBONO tem apenas 4 grandes campos interativos, com um ou mais colaboradores cada um, onde os participantes podem colocar textos, arquivos, documentos, vídeos, imagens, abrir discussões e criar eventos.

Com contribuições (informação) e interação (pessoas), serão gerados dois tipos de valor: valor da informação (votação e escolha) e valor dos participantes (reputação por interagir). Ou seja, conforme as pessoas contribuem, votam e evoluem as informações, ganham um número de reputação. Conforme as contribuições são votas e evoluídas, ganham em qualidade e relevância. Regras de balanceamento provavelmente serão necessárias, como exigir pelo menos 2 contribuições por projeto para poder coletar a reputação ganha.